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Quando Comprar e Vender — Guia Estratégico com Evidências

O FTSE 100 reflete as 100 maiores empresas listadas em Londres e é um barômetro da economia britânica e global. Em vez de “adivinhar topos e fundos”, combine sazonalidade, macro, valuation e disciplina para decidir entradas e saídas. 1) Pontos de compra que fazem sentido A. Correções e quedas técnicas (buy the dip “com critério”) Quedas moderadas após ralis tendem a oferecer melhores pontos de entrada, especialmente quando o pano de fundo macro segue favorável (p. ex., expectativa de cortes de juros). Relatos recentes mostraram o FTSE subindo em meio a otimismo sobre juros nos EUA, enquanto o BoE iniciou corte de 0,25 p.p. em agosto de 2025 — condições que, em geral, aliviam prêmio de risco e sustentam múltiplos. B. Sazonalidade a favor Abril costuma ser um mês historicamente forte para o FTSE 100 (efeito de fluxos institucionais e reinvestimento de dividendos). Estudos de janelas sazonais apontam ganhos superiores em trechos como final de outubro a início de janeiro (ex.: 25/out → 02/jan). Use como viés, não como regra infalível. C. Valuation “ok” ou descontado Quando indicadores de valuation (como CAPE) estão próximos/abaixo da média de longo prazo, aumentam as chances de retorno de longo prazo. Em jan/2025, estimativas colocavam o FTSE 100 com CAPE ~15,6, perto da média de 40 anos (~15,9). Ações de Dividendos do Reino Unido D. Macro ajudando Cortes de juros do BoE tendem a apoiar ativos de risco. Em 07/ago/2025, o BoE cortou 0,25 p.p. (5º corte em 12 meses), apesar de divergência interna no comitê. Relatórios do próprio BoE indicam prêmio de risco acionário baixo historicamente no Reino Unido, o que sugere que “exigência de retorno” do mercado está comprimida (bom para preços, mas exige seletividade). 2) Pontos de venda (ou redução) disciplinados A. Otimismo “quente” demais Se a narrativa estiver muito eufórica e o valuation esticado (ERP baixo, múltiplos acima da média), vale realizar lucros parciais e rebalancear. Sinais de ERP historicamente baixo foram destacados pelo BoE. Banco da Inglaterra B. Eventos de volatilidade Vencimentos de opções do FTSE 100 (3ª sexta de cada mês; principais nos trimestres de mar/jun/set/dez) podem elevar volatilidade — bom para ajustar posição, não para improvisar. Bolsa de Valores de Londres C. Sazonalidade desfavorável Setembro tende a ser mês historicamente “risk-off” nos mercados. Ajustar exposição taticamente (reduções pontuais) pode reduzir drawdown sem “zerar” a estratégia. D. Quebra de tendência Perda de médias móveis relevantes ou rompimentos de suportes após ralis fortes são gatilhos clássicos para cortar risco (venda parcial) enquanto protege ganhos. 3) Operacional: horários e janelas Horário de negociação (LSE): 08:00–16:30 (UK), sem pausa de almoço; é quando a liquidez do FTSE 100 é maior. Fique atento às aberturas de Londres (08:00) e fechamento (16:30), quando spreads e fluxos podem impactar pontos de saída/entrada. 4) Estratégias combinadas (prontas para usar) Cenário Ação prática Correção de curto prazo com macro benigno (juros em queda/estáveis) Compra fracionada (DCA) + alvo de rebalanceamento; evitar “all-in”. Abril ou janela out→jan com tendência de alta Aumentar posição tática; definir stops técnicos abaixo de suportes. Valuation acima da média + sinais de euforia (ERP baixo) Venda parcial / redução para peso-alvo da carteira. Semana de vencimento de opções (3ª sexta) Ajuste fino de posição antes do evento; evitar operar contra spikes. Setembro fraco / quebra de tendência Cortes táticos (parciais) + reentrada via DCA após estabilizar. 5) Olho no contexto (hoje) Corte de juros do BoE (ago/2025) dá suporte tático a ações; por outro lado, a autoridade indica debate apertado — sinal para não baixar a guarda. Agenda e dados: no curto prazo, surpresas de inflação/PIB movimentam o índice; hoje (14/ago/2025), PIB do Reino Unido acima do esperado e volatilidade global por PPI nos EUA mexeram com o FTSE no intraday. 6) Para horizontes longos No Reino Unido, ações superaram caixa e bonds no longo prazo (dados históricos 1900–2024). Isso sustenta uma alocação estrutural em bolsa, com rebalanceamentos periódicos para suavizar ciclos. Em vez de “caçar o topo e o fundo” do FTSE 100, combine: 1. Compras em correções com macro favorável; 2. Vendas parciais em euforia/valuation esticado; 3. Sazonalidade (abril forte, out→jan positivo; cautela em setembro); 4. Disciplina de rebalanceamento e respeito aos horários/eventos da LSE. Assim você transforma volatilidade em aliada — e não em inimiga — do seu plano. #FTSE100 #winvestimento #indice

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